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sábado, 2 de agosto de 2014

Depressão: Doença emocional que se reflecte na parte física e mental


Olá estimados leitores! Hoje venho falar-vos de uma doença que é um verdadeiro flagelo da sociedade, mas que em pleno século XXI ainda não é suficientemente “levada a sério” por muitos. Estou a falar da depressão, uma doença comum a várias pessoas de diferentes classes sociais e idades.
Não é uma doença exclusiva dos tempos modernos, havendo relatos ao longo da história de pessoas que se suicidaram devido a este problema, nomeadamente havendo grande incidência destes relatos entre o final do século XVIII e início do século XIX, quando se deu o movimento estético do Romantismo.
A depressão afecta o nosso modo e forma de estar perante a vida e também pode afectar a nossa saúde física. Acreditem, porque é verdade. Algumas doenças físicas podem ser causadas pela depressão, são exemplos: a síndrome do cólon irritável, transtornos da tiróide, enxaqueca, fibromialgia, úlcera, gastrite e variados tipos de doenças auto-imunes entre as quais o vitiligo e a alopécia, principalmente a areata, a totalis e a universalis.
Inclusive acredita-se que esta doença do foro emocional possa também levar a certos tipos de cancro.
A depressão é frequentemente desvalorizada e confundida com tristeza, mas embora a tristeza seja um dos seus sintomas, a depressão é muito mais complexa do que um estado passageiro de tristeza.
A tristeza é sim um dos seus sintomas, mas é como que permanente. Dependendo do tipo e estado mais ou menos avançado da depressão, a tristeza pode, por vezes, estar mais “disfarçada” ou então, não muito aparente, havendo até mudanças súbitas de humor. Existe perda de interesse na realização de actividades do dia-a-dia e em estágios mais avançados, pode até haver perda de interesse e prazer em actividades que, anteriormente, eram entusiasmantes para o paciente. Ocorrem distúrbios de sono, não conseguindo o paciente dormir de forma natural e regular, tendo o sono leve e acordando várias vezes durante o período de descanso. Há no entanto, muito cansaço e falta de energia durante o dia e dificuldade de concentração. Outro sintoma muito importante é o sentimento de culpa e/ou de inutilidade recorrentes. Estes pacientes também têm pensamentos de suicídio ou morte. Nos casos leves a médios, são um pouco menos frequentes e nos casos mais graves, são extremamente frequentes e podem ser postos em prática, devendo em ambos os estágios estar se sempre atento!
Há quem considere a depressão uma doença mental e emocional. Eu considero-a emocional e que, à semelhança de doenças físicas que se estendem à parte mental e emocional, a depressão é uma doença das emoções, que depois afecta o pensamento e o corpo físico.
É preciso salientar que as pessoas que sofrem de depressão não são em nada, “mais fracas” perante a vida, em relação a outras pessoas que nunca a tiveram. A depressão pode ser gerada por vários tipos de acontecimentos traumáticos, podendo ser ocasionada por um ou vários. E também, pode não ser causada pelo acontecimento em si, mas pela forma como ele foi causado e ultrapassado. Por exemplo: uma pessoa que tenha passado por dois divórcios distintos; o primeiro não desencadeou depressão por ter resultado de um desgaste natural na relação, foi resolvido tranquilamente de comum acordo, o segundo, decidido repentinamente e resolvido de forma litigiosa e em conflito, conduziu à depressão. Isto é apenas um de inúmeros exemplos.
É certo que algumas pessoas podem ter mais tendência do que outras, seja por estilo de vida, ambiente em que vivem, ou inclusive, questões genéticas, mas as pessoas podem estar tão susceptíveis à depressão, como estão às partidas e contrariedades da vida.

Agora, a questão importante: como ultrapassá-la?

Não sou psicóloga, mas convivi de perto com a depressão, quer por ter passado por uma e tê-la superado e também, pela experiência com familiares e amigos próximos.

Não digo que os anti-depressivos não sejam úteis, quando
indicados pelo profissional de saúde que acompanha o caso, mas eu acredito em alternativas “mais naturais”, sem os efeitos secundários que os anti-depressivos acarretam.
Vou deixar-vos algumas dicas que poderão ser uma ajuda útil, mas por favor, não deixem nunca de se aconselharem com um profissional!

Admitam perante vós próprios aquilo que vos marcou pela negativa.
O que quero dizer? Costumo dizer que a pessoa com depressão, é como “uma fera ferida com um espinho na pata” e que, “esse espinho está lá há tanto tempo que ela já nem se apercebe da dor que lhe causa, mas no dia em que ele sair, a fera deixa de ser feroz”. Por vezes fingimos para nós próprios que um acontecimento traumático que nos marcou pela negativa no passado, não nos aconteceu, ou seja, não o admitimos a nós mesmos. E se não admitimos perante nós, muito menos o vamos desabafar aos outros. Esta posição de negação é uma espécie de defesa, é como se “ao negar perante mim é como se nunca tivesse acontecido”, mas o facto é que na verdade o acontecimento que desencadeou o trauma foi real, aconteceu e ao assumir e desabafar o problema, pode se desbloqueá-lo e melhorar imenso a relação connosco próprios. É retirar “o espinho da pata da fera ferida” e descobrir uma sensação de alívio que não imaginaríamos ser possível, mas que só aí sentimos a verdadeira diferença para o bem-estar interior. Este passo é extremamente importante.

Desabafem com alguém em quem realmente possam confiar.
Essa pessoa pode ser um familiar, uma pessoa amiga, ou mesmo um grupo de apoio, mas certifiquem-se de que o fazem com a pessoa certa, alguém da vossa inteira confiança. Se não tiverem alguém disponível, procurem um grupo de apoio, nem que para isso pesquisem na Internet, mas atenção, grupos de apoio de associações especificas, ou mesmo um psicólogo (não uma simples sala de chat na Internet a falar com desconhecidos não credíveis!). E façam-no quando se sentirem preparados mentalmente.   

Mantenham a mente ocupada…
Leiam um bom livro da vossa preferência, um romance ou uma história verídica inspiradora. Até pode ajudar-vos a descobrir soluções para o vosso dia-a-dia! E, se gostarem, livros de auto-ajuda também poderão ser boas fontes de inspiração. Tentem arranjar formas saudáveis de fugir à rotina, vão ao cinema, ou vejam aquele filme de que gostam tanto e que não vêem há tanto tempo em casa. E se tiverem bons amigos e familiares à vossa volta, aproveitem esse recurso! Não tem mal nenhum mostrar que estão em baixo e que precisam de retomar o gosto pela vida. Não é um luxo! É uma necessidade que pode fazer toda a diferença!

… e o corpo também.
Está provado que para além dos benefícios físicos, o exercício proporciona enormes benefícios psicológicos. Liberta endorfinas, as conhecidas ”hormonas da felicidade” que proporcionam bem-estar psicológico e emocional. O exercício ajuda também a uma melhor gestão do stress, diminuição da ansiedade, regulação do apetite e a uma melhoria da qualidade do sono, que nas pessoas com depressão, costuma ser deficiente. Também a melhora da imagem corporal proporcionada pelo exercício físico, é uma grande mais-valia para a auto-estima, que nas pessoas com depressão costuma ser muito baixa.

Apostem nas terapias alternativas para combater o mau-estar emocional.
Terapias alternativas como a Aromaterapia, a Cromoterapia e os Florais de Bach, são óptimos recursos alternativos no combate à depressão. Mesmo que não disponham de muitos recursos financeiros, os Florais de Bach, por exemplo, encontram-se disponíveis em lojas de produtos naturais (ex: Celeiro). Existem 38 essências florais, podendo aconselharem-se sobre a mais indicada para o vosso caso. De uma forma geral, a essência Rescue Remedy (Remédio de Resgate) pode ser utilizada em quase todos os casos de depressão, não precisando de prescrição, sem efeitos secundários e sem criar dependência, no entanto, para casos de depressão com situações mais “enraizadas”, há florais mais específicos. O Rescue Remedy é especialmente indicado para casos agudos e de emergência (também é conhecido como Remédio de Emergência), como crises de ansiedade ou choques emocionais repentinos. Embora os Florais de Bach não tenham praticamente contra-indicações, informem-se sempre com um especialista sobre o vosso caso específico.

Os chás também podem ser bons aliados.
Os chás de Camomila, Cidreira e Tília são os mais conhecidos chás calmantes, mas o chá de Alface contém propriedades calmantes fantásticas, sendo óptimo para conciliar o sono. O chá de Alfazema (e o aroma da mesma) é indicado não só para os estados de ansiedade, como também para os problemas gastrointestinais provenientes dos mesmos. O chá de Valeriana e o chá de Alecrim são também eficazes no combate a este problema. Outro chá fantástico para a depressão é o chá de Hipericão, mas atenção, senhoras que estejam a tomar contraceptivos hormonais deverão ter em conta que, este chá anula a protecção dos mesmos. Aconselhem-se com o vosso médico ou farmacêutico.

A alimentação é um dos pilares do bem-estar do corpo e da alma.
 E isto também se aplica a doenças emocionais como a depressão. Gorduras boas, presentes no azeite, nos ovos e nos peixes gordos como o salmão, o atum e a sardinha, são bons no combate à depressão. Os peixes gordos, bem como as carnes magras, também são ricos em vitaminas do complexo B, essenciais no combate à doença. É importante também, apostar no consumo de lacticínios com baixo teor de gordura, pois também está provado que o cálcio tem benefícios calmantes e ajuda a controlar a ansiedade. Consumir também legumes com folhas verde-escuras, produtos hortícolas em geral, frutas cítricas que são ricas em vitamina C, frutos silvestres e cereais integrais para satisfazer todas as necessidades de anti-oxidantes e minerais do organismo, que ajudam a manter as defesas do organismo em alta, uma vez que a depressão faz com que o sistema imunitário funcione de forma ineficaz ou errada. Estes nutrientes ajudam também, de forma natural, a um melhor controlo da ansiedade e gestão do stress.

Tentem ver o que podem fazer para resolver o problema ou a situação que pode ter desencadeado a depressão.

Como referi anteriormente, a depressão pode ser causada por variados acontecimentos. Dependendo dos mesmos, tentem ver o que podem fazer para resolver a situação que vos angustia. Identifiquem a situação, ou situações que vos conduziu/conduziram à depressão e tentem ver o que podem fazer para mudar a situação, ou, se não podem mudar a situação de forma imediata, como podem contorná-la. Simples mudanças
de rotina, ou passeios ao fim-de-semana podem ser uma grande ajuda. Se se trata de um desgosto de amor, tentem distrair-se o mais possível e desabafem, desabafem muito. Se se trata de algo mais complexo, como a perda de um familiar, tentem rodear-se de pessoas que saibam que se interessam verdadeiramente por vocês. E não tenham medo de pedir ajuda e de assumir que estão numa fase emocionalmente difícil!

Alguns contactos úteis para diversas situações
SOS Voz Amiga - http://www.sosvozamiga.org/ Telef: 21 354 45 45/ 91 280 26 69/ 96 352 46 60 Horário: Diariamente das 16 às 24 horas. (Para ajuda na solidão, ansiedade, depressão e risco de suícidio)

Telefone da Amizade- 22 832 35 35/ 808 22 33 53  Horário: das 16 às 23 horas. E-mail: jo@telefone-amizade.pt (Para apoio em situações de crise pessoal e suícidio)

Conversa Amiga- 808 237 327 (chamada local) Horário: Todos os dias das 15 às 22 horas. (Apoio, orientação e formação)

Linha SOS Palavra Amiga-  232 42 42 82 Horário: Todos os dias das 21 horas à 1 hora.

Linha Telefone Amigo- 239 72 10 10 Horário: Todos os dias das 17 horas à 1 hora.

Linha Telefone Amizade- 800 205 535 Horário: De 2ª a 5ª feira das 16 horas à 1 hora, 6ª feira e Sábado das 19 horas às 21 horas.

Linha SOS Estudante-  96 955 45 45/ 808 200 204 (chamada local) Horário: Todos os dias das 20 horas à 1 hora, encerra no período de férias escolares. ( Para apoio emocional e prevenção do suicídio)

Linha SOS Adolescente- 808 202 484

Linha SOS Bullying- 808 962 006 Horário: De 2ª a 6ª feira das 11 horas às 12h30m e das 18h30m às 20 horas E-mail: bulialuno@anprofessores.pt

Linha Jovem- 800 208 020 Horário: Todos os dias das 9 horas às 18 horas.

Associação ILGA Portugal: http://www.ilga-portugal.pt/ 21 887 61 16 Horário: das 21 horas às 24 horas (Para apoio em questões relacionadas sobre a Homosexualidade)

APAV Associação Portuguesa de Apoio à Vítima-   www.apav.pt 707 200 077 Horário: De 2ª a 6ª feira das 10h às 13h, das 14h às 17h30m, custo da rede fixa 0,1230€ da rede fixa e 0,3075€ de rede móvel, tarifação ao segundo após o 1º minuto. E-mail:  apav.sede@apav.pt

A Nossa Âncora Apoio a Pais em Luto- 21 910 57 55 (informação de horário indisponível) E-mail: info@anossaancora.org (site indisponível)  Morada: Rua Dr. Almada Guerra, Nº 25 - Portela de Sintra, 2710 – 417 Sintra

Que estas soluções vos sejam úteis para vocês que possam estar a passar por este problema, ou para alguém que conheçam nesta situação. Acreditem: quase tudo tem solução na vida e superar a depressão É POSSÍVEL!

 

 

 

 

 

  

  

 

 


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